maio 05 2021, 01:13
Queria poder desligar. Queria um chá quente e um cobertor e alguém que pensasse em tudo o que eu tenho que administrar.
Na sexta o nariz começou a escorrer, o corpo a doer, a voz a falhar, a garganta a reclamar…
Mas a hora de buscar a filha na escola chegou como todos os dias.
A mamãe aqui pontualmente a buscou (acho que é uma das únicas coisas que quase nunca me atraso, infelizmente tenho essa característica (atrasada) que luto pra mudar, mas com a Giu na saída da aula, estou lá até alguns minutos antes!)
Em casa, uma súbita melhora pra brincar um pouco com ela, preparar jantar, dar banho, trocar (que é o segundo maior desafio do dia), escovar os dentes (deixei pro pai – que é o desafio (número 1) e colocar para dormir.
Aproveitei a sexta a noite e a melhora para me dedicar a procurar e comprar a caminha nova da Giu pela internet, pagar umas contas, pesquisar algumas coisas pro enxoval da Pipa e já eram 2h da matina! =( E olha que eu já tinha assistido ao vídeo do sono (que está incrível e disponível no canal (corre lá pra ver)!!
Fui deitar e passei para checar a fralda da Giu que eu tinha trocado por volta da meia noite, mas havia uma poça de xixi ensopando roupas dela e da cama. A troquei e levei pra nossa cama, queen, não tão pequena, mas parece minúscula quando tem uma grávida super barriguda e a filha de 2 anos no meio dormindo preferencialmente de atravessado.
Dormi no cantinho, mal, protegendo a Pipa dos chutinhos e 07:30 da matina Giu nos acorda toda animada. Era muita energia e mamãe só queria dormir. Ela queria brincar, com o papai e com a mamãe. Vi que não rolaria mais dormir, saímos. Tivemos um ótimo dia, mas que gripe resiste a poucas horas de sono, imunidade baixa e um dia super atarefado?! Claro que ela pegou de vez…
Hoje ao longo do dia pensei:
“ Como seria bom se minha mãe morasse por aqui. Não é só alguém para cuidar da Giu numa situação dessa. Isso meu marido faz muito bem. Agora no fim do dia eu só queria poder desligar de tudo! Isso acredito que quase todos os maridos não fazem bem! Pensar em tudo que a mãe administra para que ela possa desligar. Queria um chá quente e uma coberta no sofá, um caldo quente fresquinho sem precisar preparar, queria ouvir: Vai pra cama, filha, você precisa descansar. Queria o silêncio, sem ouvir choro de quem não queria escovar o dente, não queria ouvir 100x “quero a mamãe” quando já não tinha forças pra me dedicar.”
Depois que virei mãe aprendi muitas coisas, mas a mais forte delas é: O que uma mãe faz por um filho(a) nenhuma pessoa no mundo faz por outra. Cria energias de onde não existe. Se multiplica, às vezes se anula. Não acho que isso deva ser assim, mas constato que é assim. E hoje o que mais queria era ser cuidada… e cuidada do jeito que só uma mãe sabe cuidar de uma filha!
E tenho certeza que é assim que Giu sente quando nos momentos mais difíceis recorre a mamãe. É uma ligação inexplicável e cada vez mais, não importam os anos e a distância, vejo que é pra sempre.
Temos e somos um porto seguro insubstituível! E força para nós, mamães e que consigamos achar meios de nos cuidar mais.
Por Aline Pedrazzi, mãe da Giulia, idealizadora do Mãe-Estar, sonhadora e otimista por natureza, não mede esforços pra ver o mundo melhor!
Roberta Vieira - 31/03/2023
Que texto incrível! Parabéns pelo trabalho. Sou fonoaudióloga e trabalho com adolescentes em sofrimento psíquico. Sempre penso que muitas das "minhas" adolescentes serão mães. Meu trabalho é, al de olhar para elas, preparar maternagem que um dia virá... e cuidar da constituição linguistica dos bebês que virão. É assim, um trabalho de promoção de saúde. Me identifiquei muito com seu texto e sua trajetória.
Deixe um comentário