Mãe-Estar

novembro 08 2023, 00:18

É verdade que amamentar dói?!

Muitas mulheres, especialmente as gestantes, têm dúvidas se amamentar dói. É comum os relatos de mães que sentiram muita dor ao amamentar. Por outro lado, algumas dizem que houve, no máximo, um desconforto. Afinal, amamentar dói ou não?

Primeiramente, é importante lembrar que a sensibilidade à dor é diferente para cada um, e é por isso que há tanta diferença entre um relato e outro sobre amamentação. No entanto, segundo especialistas, quando a mulher começa a dar de mamar para o bebê é comum ocorrer um desconforto. Isso porque as mamas estão se adaptando ao processo na mesma medida em que os recém-nascidos também. Porém, embora seja esperado sentir um pouco de dor, não é normal que amamentar doa com o passar do tempo e com a adequação da mãe e do bebê à amamentação.

 

Pega incorreta é uma das principais causas da dor

Na maioria das vezes, essa dor relatada por algumas mulheres tem origem em um problema muito comum no início da amamentação: a pega incorreta. É essencial que a gestante se informe sobre como fazer a pega correta na hora da amamentação, pois essa é uma das principais causas de dor ao amamentar, e que pode levar a fissuras no bico do peito e a desmames precoces. A informação correta e ajuda de profissionais nesse processo é essencial para uma amamentação bem-sucedida. Vale lembrar que não é necessário usar nenhum tipo de cosmético ou acessório para “preparar” a mama. O corpo faz esse processo sozinho.

Na pega correta, o bebê fica de frente para o mamilo, com a barriga encostada na barriga da mãe. É importante só colocar o bebê para mamar quando ele abrir bem a boca. Uma pega correta ocorre quando o queixo do bebê encosta na mama, os lábios ficam virados para fora e o nariz fica livre. A aréola (parte escura em volta do mamilo) deve aparecer mais na parte de cima da boca do que na de baixo. O essencial é que tanto a mãe quanto o bebê estejam confortáveis. Não há nenhuma necessidade de tornar a amamentação um momento doloroso para a mulher. Muito pelo contrário, quando bem realizada, o ato de dar de mamar pode trazer uma satisfação para a mãe.

Além da pega incorreta, existem outras causas de dor ao amamentar. Entre elas, é possível destacar:

Ingurgitamento mamário – O excesso de leite no peito pode levar ao “empedramento”, que por sua vez tende a provocar bastante dor, pois causa uma inflamação no seio, podendo levar a episódios de febre. É comum que na descida do leite, nos primeiros dias de amamentação, a mulher sinta a mama mais cheia. Porém com o passar do tempo o esperado é que a produção de leite se estabilize ao que o bebê precise.

É por isso que é tão importante fazer livre demanda, ou seja, permitir que o bebê mame quando e quanto ele quiser. Isso evita casos de ingurgitamento mamário, favorece o ganho de peso do bebê, já que o estômago do recém-nascido vai se modificando.

O uso de bicos artificiais também pode favorecer o acúmulo de leite, já que o bebê passa a mamar menos do que o necessário.

Fissuras – O mamilo pode ficar machucado, especialmente, quando a pega do bebê está incorreta. Nesses casos, a mulher pode sentir muita dor e ter sangramentos no bico do peito. O atrito dos mamilos com as roupas também pode causar fissuras, bem como uso de cosméticos nas mamas, sem recomendação médica.

Candidíase mamária – O contato com a saliva do bebê e as mudanças hormonais podem levar a infecções pelo fungo cândida, que provoca dor, feridas, vermelhidão e coceira nos mamilos. O tratamento, geralmente, envolve administração de antifúngicos ou também tem a opção de tratar com protocolos dentro da laserterapia. Importante quando esse diagnóstico é feito, tratar lactante e lactente!

Síndrome de Raynaund – Menos comum, a Síndrome de Raynaund ocorre quando há uma diminuição no fluxo sanguíneo na região dos mamilos. Essa alteração provoca dor, formigamento e alteração na cor do bico do peito.

Cirurgias de mama – Quaisquer procedimentos que alterem a estrutura do bico do peito podem provocar dores, no ato de amamentar.

Quando se preocupar?

Embora algum grau de desconforto seja normal, no início da amamentação, é importante buscar ajuda especializada, caso a dor persista e dificulte o ato de dar de mamar. Existem profissionais que atuam ensinando as mães a fazerem a pega correta e que podem investigar as causas da dor ao amamentar. As unidades de saúde do SUS têm esse serviço, e existem bancos de leite, nos casos em que a mãe não consegue prosseguir com a amamentação. O essencial é não desistir e buscar ajuda. Com apoio a grande maioria das mulheres é plenamente capaz de dar de mamar ao seu filho.
E lembre-se, a Mãe-Estar conta com um time de profissionais especializadas nesta jornada, consultoras de amamentação e laserterapeutas que podem apoiar nesse processo. Conte conosco.

Texto por CÍNTIA FERREIRA é paulistana, jornalista, apaixonada por café e livros. Atua há mais de 10 anos na área de Comunicação como assessora de imprensa com especialização em saúde. É também redatora focada em conteúdo sobre infância. Depois da maternidade se apaixonou tanto por esse universo que criou o Blog Mamãe me Cria. É mãe da Valentina, de 8 anos.

 

 

Revisão por LETÍCIA ARRUDA, obstetriz, consultora em aleitamento e laserterapeuta, parceira Mãe-Estar.

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Roberta Vieira - 31/03/2023

Que texto incrível! Parabéns pelo trabalho. Sou fonoaudióloga e trabalho com adolescentes em sofrimento psíquico. Sempre penso que muitas das "minhas" adolescentes serão mães. Meu trabalho é, al de olhar para elas, preparar maternagem que um dia virá... e cuidar da constituição linguistica dos bebês que virão. É assim, um trabalho de promoção de saúde. Me identifiquei muito com seu texto e sua trajetória.

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