outubro 19 2023, 23:37
Atonia uterina é causa de boa parte das hemorragias no pós-parto e está entre as principais causas de mortalidade materna no mundo. Na metade desses casos, existe a possibilidade de se evitar com cuidado adequado tanto no pré-natal quanto na assistência ao parto.
Você sabe o que é atonia uterina?
Essa condição ocorre quando o útero não consegue se contrair o suficiente após o parto para cessar o sangramento. Em condições normais, após a fase de expulsão da placenta, o útero se contrai e o organismo entra em um estado chamado de hemostasia – que é a resposta natural do corpo para fechar os sangramentos, e é o que mantém o sangue dentro dos vasos. Porém, em algumas situações, essa cicatrização não acontece de modo esperado e é quando pode ocorrer então a atonia uterina.
Existem alguns fatores de risco importantes que podem levar a atonia uterina. Entre eles é possível destacar:
– Idade da mulher inferior a 20 anos ou superior a 40;
– Obesidade;
– Gravidez de gêmeos;
– Bebê com tamanho acima do normal;
– Partos muito demorados;
– Condições médicas, como útero bicorno ou miomas;
– Ter tido atonia uterina em gestações anteriores.
Como tratar a atonia uterina
É importante que, inicialmente, a gestante faça um pré-natal de qualidade, pois é possível prevenir quadros de atonia uterina, especialmente fazendo rastreamento das condições clínicas pré-existentes da mulher, que podem ser fatores de risco.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a administração de ocitocina, que é oferecida, geralmente, em uma injeção intramuscular na coxa, na terceira fase do parto (chamada de expulsão) como forma de prevenir hemorragias no pós-parto. A ocitocina favorece a contração uterina e a hemostasia, que é a resposta do corpo para cessar o sangramento. Caso a administração uterina não surta efeito sozinha, os profissionais responsáveis pela assistência (Obstetrizes, Enfermeiras Obstetras e/ou Médicos Obstetras) podem fazer compressões uterinas e uso de outras intervenções, visando auxiliar no processo de contração.
Ter uma boa assistência ao pré-natal e ao parto reduz a chance de complicações, melhora a qualidade do manejo em casos necessários e, além disso, tem um impacto positivo na satisfação da vivência de todo processo!
Post por Cintia Ferreira, colunista da Mãe-Estar e revisado pela obstetriz Leticia Arruda, parceira Mãe-Estar.
Roberta Vieira - 31/03/2023
Que texto incrível! Parabéns pelo trabalho. Sou fonoaudióloga e trabalho com adolescentes em sofrimento psíquico. Sempre penso que muitas das "minhas" adolescentes serão mães. Meu trabalho é, al de olhar para elas, preparar maternagem que um dia virá... e cuidar da constituição linguistica dos bebês que virão. É assim, um trabalho de promoção de saúde. Me identifiquei muito com seu texto e sua trajetória.
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